9.9.17

Mrs Dalloway - Lendo em Inglês #3


Conforme avisado neste vídeo, inverti a ordem do desafio do Lendo em Inglês. Mas a partir do próximo tudo se normaliza. 

Para a categoria 3 -  Um Clássico resolvi me aventurar pelos fluxos de consciência de Virginia Woolf pela primeira vez. Escolhi Mrs Dalloway, um livro bastante curto mas de uma habilidade narrativa que aquece o coração. 

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Se falarmos em enredo propriamente dito, o livro não é muito primoroso. Podia ser uma história sobre uma mulher rica qualquer que gosta de dar festas em sua casa e que se casou com um homem importante a troco de status. Essa é Clarissa Dalloway. Mas a genialidade de Virginia Woolf nos leva além. Ela nos coloca lá dentro da cabeça dessa personagem que assim como muitos de nós adora pensar na vida enquanto anda na rua. 
E no dia de sua festa ela está lá, andando por Londres em busca de flores, feliz pelo fim da I Guerra Mundial, pensando em como as pessoas ficaram felizes, desde a Família Real até os mais comuns, que agora podem se dar o luxo de gastar dinheiro. 

E nesses pensamentos também podemos descobrir quem era a Clarissa antes do Mr Dalloway, quem foi seu primeiro amor e suas angústias de mulher rica com uma vida que pode ser considerada vazia. 
Também entramos na cabeça de Rezia, uma italiana casada com um veterano de guerra inglês, Septimus, que passou a ter um quadro depressivo e só fala em suicídio. E é esta a parte mais tocante do livro. 

Vemos o desespero da esposa que não pode ajudar e que também não aguenta mais conviver com aquele problema, pois ela se torna infeliz também, por ter deixado toda uma vida para viver ao lado de seu amado e agora não pode contar com ele, não o realmente tem do seu lado. Inclusive o comentário sobre este livro casou bem com o Setembro Amarelo, o mês voltado à prevenção do suicídio. 

Conseguimos testemunhar o reencontro entre Clarissa e Peter Walsh, o seu amor de juventude e descobrir como terminou a história dos dois. E enquanto um e outro anda pelas ruas, as histórias se tangenciam de leve... 

O fluxo de consciência está bem longe de ser fácil de ser lido, ainda mais em uma língua que não é a sua. Mas é uma delícia de se ler. Me lembrou um pouco a nossa Clarice Lispector. O problema é que é muito mais fácil se perder, visto que a história não segue um tempo cronológico, não tem ambientação fixa e o livro ainda é narrado em terceira pessoa onipresente, que conhece tão bem os personagens que as vozes narrativas chegam a se confundir. 

Dessa vez resolvi pegar trechos da tradução para ler em paralelo às partes que não tinha entendido. Eu cheguei a recomeçar o livro, voltar grandes partes, mas consegui entender relativamente bem a história. Fiz isso também para pegar o jeito da Virginia Woolf escrever. Queria perceber, numa língua que eu domino, como ela fazia para adentrar a mente dos personagens. Entender o narrador já é meio caminho para o entendimento de uma narrativa feita em fluxo de consciência. 

Se quero conhecer mais obras da autora? Não há dúvidas. Inclusive baixei mais 3 obras dela do site do Domínio Público (clique aqui para saber do que estou falando).

Veja outros comentários do Desafio Lendo em Inglês 2017
1-The Great Gatsby 
2- And Then There Weere None
4- I, Robot 

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Ilustração por Wokumy • Layout por