8.3.19

Drácula | Resenha


Eu não podia embarcar para a Romênia sem ler a história que me inspirou a escolher aquele país. Não, eu nunca havia lido Drácula, nem assistido ao filme. Mas quem não conhece a história do vampiro da Transilvânia?

O livro é um romance gótico epistolar,  ou seja, é todo escrito na forma de cartas e diários. Cada personagem colabora para a construção da narrativa com os seus escritos, que são organizados de forma que os fatos sejam contados em ordem cronológica. Foi escrito em 1897 pelo irlandês Bram Stoker.

O livro começa com Jonathan Harker, um jovem advogado inglês, sendo confiado à missão de ajudar o Conde Drácula a realizar uma transação imobiliária. Para isso, ele viaja aos Cárpatos, codilheira de montanhas que separa as regiões da Bucovina, Moldávia e Transilvânia. Essas regiões formam a atual Romênia, mas na época em que o livro foi escrito o país ainda não era unificado. 


O Conde começa recebendo Jonathan muito bem, mas logo o rapaz percebe que ele é um homem muito estranho: Nunca é visto comendo, o castelo parece não abrigar ninguém além dos dois e não há espelho algum. Aos poucos, o jovem advogado parece entender o espantamento dos moradores da região ao dar-lhe crucifixos quando descobriam que o rapaz visitaria o castelo do Conde. 

Ao descobrir que tornara-se prisioneiro, Jonathan tenta fugir. E é aí que o livro corta para as narrativas do que estava acontecendo na Inglaterra, pouco tempo depois deste ocorrido. Então passamos a ler as cartas e diários de Mina Murray, noiva de Jonathan, preocupada com a saúde da amiga Lucy, que passou a sofrer de sonambulismo e está cada dia mais fraca. 

Depois de vários incidentes o livro torna-se uma deliciosa história de caça ao vampiro. 

É importante ressaltar que Drácula, apesar de nomear o livro, não é o protagonista. Na verdade, ele é o vilão e sequer tem voz para contar o seu lado vampiresco da história. 

Percebemos claramente como essa obra inspirou os outros livros sobre vampiros subsequentes: os rituais, o que os vampiros evitam, seu comportamento...

O autor sabe como manter o suspense e o fio da meada intactos, mesmo com a alternância de vozes narrativas. O interessante é que em diversas passagens há mais de uma visão sobre o mesmo fato, o que enriquece muito a obra. 

Drácula foi inspirado no Vlad Țepeș, um antigo príncipe romeno, que praticamente só é lembrado devido a "homenagem" do autor. As semelhanças começam na própria descrição do vampiro. Ademais, ele era tão cruel e sanguinário que empalava seus inimigos e assistia a sua morte lenta e dolorosa. Não há indícios de que Vlad tenha vivido no castelo atribuído ao Drácula, na cidade de Bran, Transilvânia. Mesmo assim, a descrição do castelo no livro condiz muito com esse castelo em especial. Que na verdade se parece com muitos castelos medievais que existem na Europa. Resumo da ópera: Bran Stoker sequer pisou os pés na Romênia. Suas descrições são baseadas em lendas e estudos que fez sobre a região. Mas os romenos resolveram aproveitar a popularidade e fizeram bom uso do vampiro mais famoso do mundo. Mas isso é assunto para um próximo post....
Nota: 




ACOMPANHE O BLOG NAS REDES SOCIAIS

Instagram (@liviamsantana_)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quero saber sua opinião! Ficarei muito feliz com o seu comentário!



Ilustração por Wokumy • Layout por