O curso de Letras: Da graduação ao mercado de trabalho

Olá, leitores e leitoras do Check-in virtual, tudo bem? Me chamo Hel e fui gentilmente convidada pela Lívia para escrever um singelo texto sobre o curso de Letras, o qual estou concluindo nesse semestre. Espero que gostem do material que preparei, e caso ainda tenham alguma dúvida sobre algum tema que não tenha sido abordado, sintam-se à vontade para perguntar!

Sobre o curso de Letras

Primeiramente, há que se dizer que o curso de Letras possui duas modalidades diferentes: a Licenciatura e o bacharel. O licenciado se torna, via de regra, professor; Já o bacharel, via de regra, tradutor. É claro que há outros caminhos a serem seguidos, mas a base desses dois cursos são essas.

Como eu estou me formando em Licenciatura com habilitação em Português e Inglês, vou falar sobre essa grade, ok?

O licenciado em Letras tem uma formação baseada no ensino de Línguas e Literatura, no meu caso língua portuguesa, inglesa e suas respectivas literaturas. Muitas áreas do conhecimento são estudadas dentro dessas grandes áreas, como a Linguística, a Didática, Metodologias de Ensino (porque precisamos saber ensinar o que aprendemos na graduação) entre outras.

Muita gente que optou por Letras, o fez por amar Literatura, o que, em parte, também foi o meu caso, e isso é muito comum. Mas é importante frisar que além da Literatura, há os conteúdos da Teoria Literária que são abordados dentro desse curso, e que muita gente acaba considerando chato, eu, particularmente, amei. Outro conteúdo um pouco impopular é a Linguística, que eu comecei a amar somente nos últimos semestres da graduação, e que vai discutir a língua em seus mais variados aspectos, entre eles a semântica, a pragmática, a Análise do Discurso (AD), a gramática etc. Sobre gramática, muita gente acha que essa é a base fundamental dos cursos de Letras. Ledo engano. Saber gramática é necessário para ser um professor de línguas, mas esse é apensa UM dos aspectos da língua. O professor de língua precisa ensinar seus alunos a serem competentes linguisticamente, e não serem maquininhas que decoram regras gramaticais, onde está o sujeito, que tipo de oração é etc. Ser competente linguisticamente não significa só saber a estrutura da língua, mas, também, saber escrever um bom texto, coerente e coeso, saber ler e interpretar e usar a língua nas mais variadas situações do cotidiano. Infelizmente, não é isso o que vemos nas escolas. Muitos professores ainda insistem em ensinar gramática pura.

O meu curso teve duração de quatro anos, o que eu acho suficiente para formar um bom professor. Além das matérias teóricas, o graduando em Letras precisa fazer os estágios, que é o momento em que colocamos tudo que aprendemos na prática, em sala de aula com alunos da Educação Básica. As minhas experiências com os estágios foram muito proveitosas, não só pelo retorno dos alunos, como também dos professores da universidade.

Sobre o mercado de trabalho

É consenso que os professores são desvalorizados, não só pelo sistema educacional como pelos próprios alunos. Mas nem tudo é negatividade na carreira de um professor. Como eu ainda não trabalho na área, não posso afirmar nada baseada em minha experiência, mas eu vejo muitos colegas que, apesar de reconhecerem que há momentos de estresse, amam a profissão. Cá entre nós, qual é a profissão que só tem momentos bons, né non?

É importante lembrar que o professor não trabalha só em sala de aula, mas, também, em casa, quando faz os planos de aula, corrige provas, produções textuais e trabalhos, além das leituras que precisa fazer para se manter sempre atualizado, já que, como sabemos - ou deveríamos todos saber - a língua é um organismo vivo e que muda constantemente.

Por fim, acho que fica válido eu comentar sobre a profissão do revisor, que é um dos caminhos possíveis para aqueles que fazem Letras e não se sentem à vontade para dar aulas. Eu trabalho com revisão desde mais ou menos a metade do curso de Letras. Como estudamos bem a estrutura da língua, é comum que saibamos reconhecer erros de grafia nos textos, por isso, é comum as pessoas me consultarem quando vão escrever pedindo dicas sobre os mais variados assuntos: crase, vírgula, concordância etc. Particularmente, me agrada mais a ideia de ser revisora do que ser professora, embora a revisão seja um trabalho muito mais solitário e pacato.

Enfim, espero que não tenha passado nenhum detalhe importante. Essas são as minhas considerações baseadas na minha experiência enquanto aluna de um curso de Letras com dupla habilitação, presencial em uma universidade comunitária.

Beijinhos, Hel.


Pessoal, esse post foi escrito pela minha amiga Helena Machado do blog Leituras e Gatices. Sintam-se a vontade para conhecer o blog dela que é um amorzinho 😸