Duas irmãs. Uma racional. A outra, pura emoção. Essas são as protagonistas de Razão e Sensibilidade, primeiro romance de Jane Austen, publicado em 1881.
O livro começa com a morte do sr. Dashwood, que em seu leito de morte pede ao filho John que cuide de suas irmãs Elinor e Marianne, Margareth e da madrasta. Porém Fanny, esposa de John Dashwood, convence o marido a dar logo a parte da herança que cabe à família para aproveitar o restante da fortuna. Dessa forma, as mulheres vêem-se em uma condição financeira muito inferior à que tinham e são obrigadas a recomeçar a vida em outro lugar.
Título: Razão e Sensibilidade
Título original: Sense and Sensibility
Autora: Jane Austen
Tradutor: Roberto Leal Ferreira
Editora: Martin Claret
Ano: 2015
Edição especial: Razão e Sensibilidade/Orgulho e Preconceito /Persuasão
As mulheres da família Dashwood são obrigadas a recomeçar a vida em uma casa muito mais simples que Norland, a propriedade onde viviam. Isso acontece porque na Inglaterra do século XVII (quando o Razão e Sensibilidade foi escrito) a herança passava integralmente ao herdeiro homem mais próximo ao patriarca, de forma que as filhas e a esposa do sr. Dashwood tivessem direito a apenas uma pensão pequena.
Porém, antes de mudarem-se para Barton, a família recebe a visita de Edward Ferrars, irmão de Fanny, por quem a racional Elinor sente-se atraída.
Já em Barton somos apresentados aos parentes da sra Dashwood, o sir John Middleton, Lady Middleton e sua mãe, a sra Jennings.
A sensível Marianne também tem a sorte de conhecer rapazes: o sr. Willoughby, que a socorre após um acidente e o Coronel Brandon, homem mais velho.
As meninas precisam, o tempo todo pensar em casar-se pois isso lhes garantiria o futuro. Como estavam pobres, precisavam cultivar outros dons a fim de atrair pretendentes com gordas heranças. Dessa forma, Marianne era uma excelente cantora e pianista e Elinor desenhava muito bem. Além disso, as meninas liam muito e eram muito inteligentes e bem educadas, além de bonitas. Marianne e e sua mãe por vezes parecem esquecer dessa necessidade. A mãe acaba apoiando a paixonite da filha, enquanto Elinor tem o trabalho de estar sempre trazendo a família de volta à realidade.
Alias, Elinor parece ser o verdadeiro pilar da família. É ela quem consola, quem cuida, quem encontra soluções para toda a sorte de problemas. É capaz de resignar-se e dedicar-se inteiramente à irmã ou à uma amiga, mesmo sofrendo muito por dentro. E ninguém cuidava dela.
É bem interessante se deparar com uma cultura totalmente diferente da nossa. As meninas aguardavam os bailes, pois era a melhor forma de encontrar um pretendente.
Em um determinado momento de Razão e Sensibilidade as meninas vão para Londres e é bem legal ver o choque de cultura, o deslumbramento das garotas do campo frente às maravilhas da cidade. Porém, várias situações ruins acontecem durante a viagem. São muitas decepções e também várias reviravoltas!
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Os personagens são tão bem construídos que eu era capaz de ouvir as vozes deles enquanto lia. São todos muito humanos, cheios de defeitos e qualidades. Tem personagem para amar, casal para shippar e personagem para odiar até o último fio de cabelo. Me revoltei várias vezes com as atitudes de alguns, e em outros momentos quis ser como alguns deles.
O final de Razão e Sensibilidade não me surpreendeu. Toda a história se encaminhou para aquilo. Não acho que esse livro tenha tido o intuito de surpreender, mas apenas de atender às expectativas que o leitor foi criando. Contudo, apenas um aspecto me deixou triste. Desenrolou-se rápido demais e quase não entendi o que havia acontecido. Essa parte acho que poderia ter sido melhor trabalhada, pois da forma como nos foi apresentada passou a impressão de que foi uma solução mirabolante, tirada da cartola.
A escrita é muito gostosa, super elegante, com uma escolha linda de palavras. A Jane Austen escrevia muitíssimo bem. Eu sou apaixonada por sua escrita, embora não tivesse gostado tanto do enredo.
Durante a leitura, li um artigo muito bom sobre a Jane Austen e sobre alguns costumes da época. Também tive a oportunidade de ouvir o podcast da Rádio Companhia (tem no Spotify), que levou especialistas em Jane Austen para falar mais sobre essa autora tão querida por todos. E foi aí que caiu a ficha das sutilezas da sua escrita. Ela era crítica, mas nunca panfletária. Criticava classes sociais inteiras apenas utilizando-se do comportamento de algum personagem.
Também pude entender a importância da sua obra: são protagonistas femininas, escritas por uma mulher (que sequer podia assinar os seus contratos, essa tarefa legalmente pertencia ao seu pai), tratando-se de assuntos que eram importantes para uma mulher da época. Ora, se não arranjassem marido, teriam que ser preceptoras, damas de companhia ou criadas. Casar-se, dirigir um lar e ter uma renda alta era uma forma de ascensão social e status também. Além do mais, aos vinte e poucos anos já estariam velhas demais para um casamento, de forma que teriam que se casar ainda na adolescência. Era uma baita de uma pressão passar a infância inteira desenvolvendo uma habilidade, costurando, bordando (e expondo as obras na casa), estudando muito para serem inteligentes, porém comedidas.
Ainda bem que os tempos mudaram!
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Amei a resenha, ainda não li esse. Da autora só li Orgulho e Preconceito!
ResponderExcluirhttps://www.submersaempalavras.com/
Que bom que gostou! Gostou de Orgulho e Preconceito?
Excluirbeijos!
Oi, Lívia! Tudo bem?
ResponderExcluirLi ''Orgulho e Preconceito'' há alguns anos e lembro que gostei muito! A autora realmente escolhe palavras encantadoras para compor os seus livros! Tentei ler ''Emma'' algum tempo depois, mas não consegui prosseguir com a leitura, infelizmente :( Gostei da premissa deste livro, tenho muita vontade de dar outra chance a autora, e acho que colocarei esse na minha lista de leitura!
Beijos
Cantinho da Escrita
Dê outra chance para a Jane sim! Eu ainda quero ler todos os outros dela. Acho que passou a sensação de não gostar. Por que não curtiu Emma?
ExcluirBeijos!
Oii! :)
ResponderExcluirEssa edição é maravilhosa! *-*
Tenho outra edição dele aqui em casa há algum tempo e ainda não dei uma chance a ele, acredita?! Isso porque eu fiquei feliz quando comprei... Mas acabei passando outros livros na frente e até me esqueci que ele estava por aqui. :(
Beijos
www.ventodoleste.com.br
Olá! Dê uma chance a essa preciosidade sim!!
ExcluirBeijos