17.2.18

Resenha: Embora o mundo tivesse cor


Um livro de contos sobre a angústia e desespero. Esse é o tema do livro escrito por Pedro Moreira, sob o pseudônimo de Gustavo Guza.

SINOPSE: 

Um livro que possui um tom amargo, mas que revela uma esperança sutil. A esperança é de inteira responsabilidade do leitor, que tem de encontrá-la nasentrelinhas da dor. Os contos aqui presentes denunciam a angústia das pessoas – anônimas e esquecidas. Retrata a vida cinza num mundo que possui cores. A vida vivida no modo ‘preto e branco’. O desejo do homem é pintar sua existência com as cores que deseja encontrar.

FICHA CATALOGRÁFICA:

Título: Embora o mundo tivesse cor
Autor: Gustavo Guza (Pedro Moreira)
Editora: Multifoco
Número de páginas: 67
Ano: 2014
Links para compra:  Editora Multifoco | Livraria da Travessa
PDF cedido em parceria com o autor




 Os contos de Embora o Mundo Tivesse Cor apresentam um tom confessional, e fazendo um bom uso da terceira pessoa onisciente eles conseguem retratar a intimidade dos personagens, com certa precisão, embarcando nos sentimentos de cada um deles. Trazem a raiva, a melancolia, o medo e principalmente a angústia à tona, de forma que o leitor consiga se identificar e até mesmo pegar um pouquinho dos sentimentos dos personagens para si.

A linguagem é quase poética. As palavras não são simplesmente jogadas; elas fluem. E isso torna a leitura bastante rápida (eu particularmente o li em cerca de uma hora, ou menos, durante um período de insônia).

A escolha lexical foi bem apropriada. O turbilhão de sentimentos é representado em palavras simples, embora bonitas. Elas se encaixam perfeitamente, formando contos bastante sensíveis.

Os contos apresentam um desenrolar rápido, não ocorre aquela "encheção de linguiça". O autor sabe o que falar e como falar. São precisos, objetivos e diretos. Me impressionei com a maturidade da escrita. O autor, nascido em 1995, tinha 19 anos quando o livro foi publicado em 2014 e mesmo assim o texto era bastante maduro. Eu inclusive lembrei da Clarice Lispector enquanto lia. O autor emprega um estilo similar ao dela.

O conto "Aqueles olhos azuis" foi o que mais me impressionou. Ele mistura a angústia de uma pessoa que se esconde com um certo mistério. E assim como esse, todos os outros contos têm uma estrutura de "começo, meio e fim", o que dá gosto de ler e sentido para a leitura.

Foram 67 páginas bem escritas, equilibradas e com um bom trabalho de revisão. A fonte escolhida também é bem bonita.

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