Uma sociedade distópica num futuro nem tão distante. Uma crise política que tirou das mulheres quaisquer direitos. A poluição ambiental e seu impacto na fertilidade humana. Esses são alguns dos temas discutidos lindamente por Margaret Atwood em "O Conto da Aia".
Título: O conto da Aia
Título original: The Handmaid's Tale
Autora: Margaret Atwood
Tradutora: Ana Deiró
Editora: Rocco
Ano da primeira publicação: 1985
Ano desta edição: 2017
Número de páginas: 366
Onde comprar: Amazon | Fnac | Livraria Cultura | Submarino
Título original: The Handmaid's Tale
Autora: Margaret Atwood
Tradutora: Ana Deiró
Editora: Rocco
Ano da primeira publicação: 1985
Ano desta edição: 2017
Número de páginas: 366
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Offred, a protagonista, não tem seu nome revelado em momento algum da narrativa. Ela é uma Aia na casa do Comandante. As Aias eram as mulheres férteis, que passavam um período na casa de alguém do alto escalão do governo (leia-se: homens) para servir apenas de receptáculo para o herdeiro daquela família. As aias eram obrigadas a usar roupas vermelhas e uma viseira branca que as impediam de ver e de serem vistas. Ou melhor, de observar, visto que elas enxergavam apenas à frente com esse adereço.
O ócio é retratado como opressor. Não havia o que fazer. Na república de Gilleard as mulheres eram proibidas até mesmo de ler. Nessa sociedade haviam também outras "castas" de mulheres: As Esposas, casadas com os Comandantes, que usavam azul, as Marthas, que eram basicamente encarregadas dos afazeres domésticos, as Tias, quem treinavam as Aias e a única classe que tinha um certo poder e por fim as Econoesposas, casadas com homens de classe inferior e que reuniam função de Aia, Martha e Esposa (nada de novo sob o sol, não é mesmo?). Estas últimas tiveram um enfoque muito pequeno e ouso dizer que não entendi tão bem com quem elas eram casadas.
"A espera também é um lugar: é onde quer que você espere. Para mim é este quarto. Sou uma lacuna, aqui, entre parênteses. Entre outras pessoas." (p. 270)
As mulheres, principalmente Aias, eram consideradas propriedades do governo. Tanto é que homens mais pobres eram proibidos de terem uma mulher. Exatamente esse verbo.
A Offred convive todos os dias com a angústia de não saber o paradeiro de sua filha e de seu marido. Olha todos os dias no muro dos enforcados para procurá-los.
O livro é todo angustiante, mas isso não faz dele uma leitura ruim. Pelo contrário. Dá uma sede para saber mais o que irá acontecer, ou o que aconteceu no passado.
O que mais assusta é que a própria autora admite que não criou quase nada. Todas as situações já aconteceram ou acontecem em alguma parte do mundo.
Em uma época em que o fundamentalismo e políticas ultra-conservadoras ganham o mundo, O Conto da Aia torna-se leitura indispensável para que nos tornemos atentos aos direitos das mulheres.
"Mas não tolerarei que uma mulher ensine, nem que usurpe a autoridade do homem, apenas que se mantenha em silêncio." (p.262)
O livro é narrado em tom de desabafo, com muita emoção nas palavras. Parece que sentimos tudo o que a Offred sente. Principalmente durante a Cerimônia, um ritual muito perturbador em que o Comandante tem relações sexuais (ou estupra, esse talvez seja o termo correto) com a Aia, que fica deitada no colo da Esposa. Para as duas mulheres é uma situação degradante.
Oi Lívia, fiquei muito interessada neste livro, será minha próxima leitura.
ResponderExcluirMãe, ele está esperando por você;) beijos te amo muito!
ExcluirNão sei se você sabe, mas há uma série sobre esse livro. Nunca a assisti, mas fiquei sabendo sobre ela primeiro e fiquei com muita vontade de assisti-la, porém não falo inglês e ainda não haviam a legendado. Anyway...
ResponderExcluirFiquei empolgada em saber da existência do livro e começarei a lê-lo ontem!
Obrigada!
Beijos,
Me chama de Bella
Isabella Proença Blog
Sei sim, inclusive adoro!! Já encontra legendada por aí! É muito boa. Não deixe de ler o livro também, certeza que não irá se arrepender (mesmo sendo um pouquinho diferente da série)
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