O que aprendi organizando minha estante por nacionalidade

A minha estante organizada por nacionalidade

Felizmente minha biblioteca vem crescendo bastante. POrém, como tudo o que é bom dura pouco, a estante ficou pequena para tantos livros. Por isso, precisei desocupar um armário, mas não queria apenas jogar lá os livros novos.

Eu já pesquisei bastante sobre novas formas de organização, mas confesso que nenhuma me pareceu ideal. Eu fico realmente aflita com a possibilidade de deixar autores e séries separados, por isso não posso optar por aqueles métodos lindos de altura ou cor. 

Antes da nova organização eu havia separado os livros por categorias. Contudo, minha estante tem poucas prateleiras, e algumas estavam tão lotadas que não cabia nem um gibi entre os livros. 

Estante 2.0

Até que achei a solução ideal para o momento: nacionalidade do escritor. 

Foi inclusive mais fácil do que eu imaginava, rapidinho terminei a organização.

Mas após concluir o processo, percebi que havia aprendido algumas coisas novas. E vou listá-las para vocês.

• Com certeza a maioria dos autores presentes na minha estante são americanos. Ocupei uma prateleira e meia com livros "made in USA".
• Os autores brasileiros presentes na minha estante são em sua maioria autores "clássicos", ou seja, que já morreram e são consagrados pela Grande Literatura. Há pouco espaço para os autores nacionais iniciantes.
• Tenho praticamente a mesma quantidade de livros britânicos que de livros brasileiros. Cada uma das nacionalidades ocupa cerca de uma prateleira inteira da estante.
• Tenho mais nacionalidades do que achei que teria, porém infinitamente menos do que gostaria.
• Não tem nenhum autor africano na minha estante.
• Meus livros são de predominância ocidental, e tenho pouquíssimos livros orientais.
• Os autores indianos na verdade eram britânicos durante o período colonial da India.
• O único autor afegão provavelmente só alcançou tamanho sucesso devido à sua cidadania norte-americana. Duvido muito que suas histórias. maravilhosas teriam alcançado o mundo caso ele ainda vivesse em Cabul.
• Descobri a nacionalidade de vários escritores, os quais nem havia parado para pensar a respeito.
• Tenho poucos livros contemporâneos britânicos, russos e franceses.
• De livros latinos tenho apenas os brasileiros e um argentino.
• Os livros portugueses só foram comprados por causa do vestibular ou da escola. O único que foge da regra eu ganhei de uma prima, que comprou pelos mesmos motivos.  
• A maior parte dos livros de fantasia são britânicos. 
• Eu leio pouquíssimas histórias em quadrinhos e quero mudar essa realidade.
• Descobri como é a bandeira de alguns países.

Os livros americanos vão da prateleira de cima até a bandeirinha da França(ou a primeira bailarina)

Resumindo, a minha estante é reflexo da nossa sociedade ocidental americanizada. O que foge disso foi fruto da minha curiosidade por clássicos, best-sellers ou até mesmo influência da escola e vestibular. Infelizmente grandes autores de outras nacionalidades são deixados de lado pelo mercado editorial. 

De certa forma, pude compreender as reclamações dos autores nacionais iniciantes. Este cenário dificulta bastante o sonho de um brasileiro viver de Literatura. Claro que já li obras desses autores, mas confesso que antes do blog eu sequer ouvia falar neles. E também não tenho a honra de ter estes livros na estante por ter lido a maioria em e-books cedidos pelos próprios escritores. Mas isso é assunto para uma próxima postagem. 

As duas primeiras prateleiras mostram os livros britânicos e nacionais, respectivamente

Convido vocês, queridos passageiros, a analisarem a estante de vocês também e tirarem as próprias conclusões. Me contem também o que descobriram. 

Agora eu fiquei bem empolgada para "colonizar" minha biblioteca com autores de outras partes do mundo. Quero conhecer novos países e novas culturas, e a literatura é uma excelente forma de começar.

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